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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RAMÓN ALIRIO CONTRERAS
(  VENEZUELA  )

 

 

Alirio Contreras  é um artista plástico natural de Río Negro Guaraque, no sul do estado de Mérida, Venezuela. Desde criança já demonstrava seu talento para o mundo das artes e da música. Ainda adolescente, mudou-se para a capital Mérida para continuar seus estudos de ensino médio e superior na ilustre Universidade de Los Andes, especializando-se em Bacharelado em Artes Visuais, graduando-se em 2006. Atualmente cursa Direito nesta área. casa de estudos.

 

Em suas obras artísticas, Alirio destaca fundamentalmente a paisagem com chuva em ambientes rurais e urbanos, onde capta o sentimento nacionalista ao projetar as belezas naturais e o calor de seu povo. Vale destacar que suas obras foram expostas dentro e fora do país como Nova York, Houston e Espanha, obtendo os melhores comentários da crítica especializada e amantes da arte.

 

AMANECIERON DE BALA – Panorama actual de la joven poesía venezolana. ANTOLOGIA.  Caracas: El perro y la rana , 2007.  306 p. ISBN: 978-980-396-832-8

 

Calle 11
                                         A la memoria de Salvador Allende

       
hay una calle que no me atreví nunca a transitar
tenía esquinas invisibles
perros salvajes que saltaban de la nada
mis hermanos se armaban de palos y piedras
pero al menor ladrido todo se estrellaba contra el piso
los corazones latían a mil
y la respiración devenía crisis de asma
es calle muerde la memoria
se instala con sus dientes como perro a las piernas frágiles
[de un niño
tiene un nombre extraño
que muchos se empeñan en ver de otro modo
es una fecha de septiembre
de un año anterior al mío
en ella todavía suena un silbido
que rompe el aire
una sombra la cubre siempre
la hace venir a menos
todos callan cuando la cruzan
y cambian la mirada
en esa calle van y vienen
los nombres
los disparos
los golpes
las rejas de las casas
que no volvieron a abrirse
en esa calle habitan
sueños rotos y pesadillas
la inocencia de un hombre
que quiso creer que se podía
por ella desfilan las manos vacías
van y vienen los afiches amordazados
con rostros que fueron
con nombres que ya nadie puede pronunciar
pero que están escritos en las paredes de la calle
para siempre en el silencio
en la memoria.



La casa azul

En la calle 34
está la casa azul
con el sol tostándole las paredes
y los carajitos desconchándole el borde
la casa azul se oscurece
llena de ausencias y recuerdos
de los niños corriendo por la sala
la piñata nuclear
que me estalló en la cara
la nueva bicicleta decembrina
que sacaba a duras penas por la puerta
para conquistar a la niña de enfrente
que me la pedía
y que se la prestaba
y la mamá
!que te bajes de ahí muchachita!
la casa azul es ahora
una foto amarillenta
un momento feliz
entre los tantos infelices que se vivieron
como la tarde aquella sin papá jamás
tendido enfrente
expirando aspirando su azul como recibido en el cielo
la alcantarilla que le dio la malvenida
y nos dejó desde entonces las ventanas cerradas
la puerta ya no abierta para los vecinos
y las veces
y la niñita de enfrente
Gabriela o Susana
no importa el nombre
se quedaron afuera como murmullo
la casa azul sólo es azul en mi memoria
que hoy ahora mañana me niego a mirar
que no es mi casa
sino un hueco
una ruina serena y doliente de mi cuerpo
porque las casas se hacen cuerpo
brazos piernas ventanas ojos
nariz olfato
que aún conservo en una esquina de la 34
los pastelitos de papá
la chicha andina de mamá y su majerete
y el guante nuevo en la esquina
que me robaron los pillos de otra calle
de otra casa
que estoy seguro no era azul
ni mucho menos

en sus cuartos queda la mirada perdida
de un tarde amarilla
de un granizo que nos tumbaba el techo
de un ventarrón de vida
que se llevó el poste de luz
y que no hacía falta
que todos corría
y la señora Carmen
con su Coromoto a cuestas
para que la tempestad pasara
y pasó después de tanto ruego
de tanto llanto de niño asustado
y otro día de sol
de calor pegajoso
de desfile de bocas sedientas
y mamó como aguadora sirviendo a todos
apretujados por beber del vaso en la ventana
ahora repito ahora
no hay ventanas abiertas ni puertas
la casa azul es cenizas
olvidado tiempo pasado
mamá ausente
hermanos que se fueron
a pesar del llanto disimulado de mi padre
con el brazo en la frente

ahora repito ahora
solo queda una foto
y la vieja bicicleta oxidada
con calcomanías ilegibles
mi viejo bate de béisbol carcomido por polillas
algún residuo de mis uñas en el piso
que nadie más quiso limpiar
por no borrar el olor de la casa
como hizo mamá con la camisa última de mi padre
mis hermanos lo mismo
la olíamos de vez en cuando y le abrazábamos
para que no fuese hoy sólo memoria
como lo es la casa azul ésta
que hoy cierra la última puerta
la que da al patio de atrás
el innombrable.

 

POESÍA EM PORTUGUÊS
Tradução por ANTONIO MIRANDA

 

 

Rua 11
                                         À memória de Salvador Allende

       
existe uma rua que não me atrevi nunca a transitar
tinha esquinas invisíveis
cães selvagens que saltavam do nada
meus irmãos se armavam com pause pedras
mas ao menor latido todo se estalava contra o piso
os corações pulsavam a mil
e a respiração causava uma crise de asma
a rua morde a memória
de um menino   
tem um nome estranho
que muitos se empenham em ver de outro modo
é una data de setembro
de um ano anterior ao meu
nela ainda soa um assovio
que rompe o ar
uma sombra cobre-a sempre
faz que venha a menos
todos calam quando a atravessam
e mudam a mirada
nessa rua vão e vem
os nomes
os disparos
os golpes
as grades das casas
que não voltaram a abrir-se
nessa rua habitam
sonhos rotos e pesadelos    
a inocência de um homem
que quis acreditar que podíamos
por ela desfilam as mãos vazias
vão e vêm os cartazes amordaçados
com rostos que foram
com nomes que já ninguém pode pronunciar
mas que estão escritos nas paredes da rua
para sempre no silêncio
na memoria.



A casa azul

Na rua 34
está a casa azul
com o sol assando as paredes
e os queridinhos descascando as bordas
a casa azul escurece
cheia de ausências e lembranças
de dos meninos correndo pela sala
a pinhata nuclear
que estalou em minha cara
a nova bicicleta decembrina
que retirava a duras penas pela porta
para conquistar a menina de em frente
que me a pedia
e que se a emprestava
e à mãe dela
desça daí menina!
a casa azul é agora
uma foto amarelada
um momento feliz
entre os tantos infelizes que foram vividos
como na tarde aquela sem papai jamais
estendido em frente
expirando aspirando seu azul como recibido no céu
o esgoto que lhe deu a malvinda
e nos deixou desde então as janelas fechadas
a porta já não mais aberta para os vizinhos
e às vezes
a menina de em frente
Gabriela ou Susana
não importa o nome
ficaram fora como murmúrio
a casa azul só é azul em minha memória
que hoje agora amanhã me nego a mirar
que não é minha casa
mas uma brecha
uma ruína serena e sofrida de meu corpo
porque as casas se tornam corpo
braços pernas janelas olhos
nariz olfato
que ainda conservo numa esquina da 34
os docinhos de papai
a garota andina da mãe e sua confusão
e a luva de novo na esquina
Cos canalha de outra rua
me roubaram
de outra casa
que estou seguro não era azul
nem muito menos

em seus quartos fica a mirada perdida
de uma tarde amarela
de um granizo que tombava o teto
de um vendaval de vida
que derrubou o poste de luz
que não fazia falta       que todos corriam
e a dona Carmem
com seu Coromoto nas costas
para que a tempestade passasse
e passou depois de tanto rogo
de tanto pranto de menino assustado
e outro dia de sol
de calor pegajoso
de desfile de bocas sedentas
e mamou como aguadora servindo a todos
apressados por beber do vaso na janela
agora repito agora
não tem janelas abertas nem portas
a casa azul é cinzas
esquecido tempo passado
mamãe ausente
irmãos que se foram
apesar do pranto dissimulado de meu pai
com o braço na frente

agora repito agora
resta apenas uma foto
e a velha bicicleta oxidada
com decalcomanias ilegíveis
meu velho pau de beisebol carcomido por mariposas
algum resíduo de minhas unhas no piso
que ninguém mais quiz limpar
para não borrar o odor da casa
como fez mamãe com a camisa última de meu pai
meus irmãos também
cheiramos de vez em quando e a abraçávamos
para que não fosse hoje apenas uma memória
como é a casa azul esta
que hoje fecha a última porta
a que dá para o pátio de detrás
o inominável.

 

*
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Página publicada em agosto de 2024

 

 

 
 
 
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